- Área: 217 m²
- Ano: 2016
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Fotografias:JAG Studio
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Fabricantes: Blum, Cedal /, Graiman
O RECUO: condicionante do projeto, convertido em vivência, experiência e sensações.
Manta é uma cidade relativamente pequena. Urbanizações e conjuntos fechados foram os principais atores do crescimento urbano da região. Este fato fomentou em configurações de lotes e moradias onde a maioria tende a ter uma relação de 1:2 onde o fundo do lote é aproximadamente o dobro da frente.
O LAR: o requerimento surgiu do desejo de uma moradia unifamiliar para uma família jovem de recém casados, cheios de sonhos e de experiências por viver. Desde churrascos entre amigos, reuniões familiares até a concepção dos filhos e seu crescimento, são situações causais para nós e devem ser refletidas no desenho, sob uma "ideia" que emoldure e se adapte para atender as mesmas através do tempo.
UMA IDEIA E UMA CONDIÇÃO: partiu-se da análise de que o anexo existente (4.00m de frente, 1.50m nas laterais e 2.00 m posterior) somente é usado para espaços de serviço quase sempre com falhas nas conexões e relações com os integrantes da moradia já que são necessários, porém ninguém deseja vê-los ou experimentá-los, ou simplesmente é usado de maneira que corta a volumetria e determina a forma do projeto.
Para nós, ao contrário do anterior, a ideia do LAR na moradia não está centrada nos espaços que são básicos para a mesma, tais como a cozinha, os dormitórios, a biblioteca ou a televisão, mas sim, aqueles que fazem com que esses espaços se tornem únicos, com sensação e com vontade de serem experimentados. Aqueles que geralmente não são planejados ou que simplesmente podem ser esquecidos e que estão localizados no projeto como pequenos pátios e percursos, onde são centradas as atividades que tornam mais agradável o convívio dos habitantes na moradia.
Sob essa premissa, agrupam-se as áreas da moradia de maneira que o anexo seja o protagonista. Isso converte-se em um confronto sistemático, programático e de sensações do que se assume como rígido. Um sistema onde a porta conduz ao "living", outra à sala de jantar/cozinha e, por trás de portas, os dormitórios). Nós, entretanto, decidimos mudar a ordem programática destes componentes para criar o conceito de vida.
O acesso principal da moradia está situado na borda lateral direita do lote, criando assim um "túnel" de entrada onde está localizado um pequeno jardim que conduz ao espaço principal (sala de estar, de jantar e cozinha) totalmente aberto, sem divisões, relacionado a um pátio onde se implanta um espaço de integração familiar, jogos ou simplesmente de relaxamento. O percurso em direção aos dormitórios conjugou-se com a residência por meio de um pátio interior de menor proporção, semi-privado, para o uso dos clientes e sua família. Os dormitórios, por sua vez, foram dispostos de tal forma que estão relacionados visualmente a residência lateral, criando uma sensação natural e de conforto outorgada diretamente pela paleta vegetal de cores disposta na lateral esquerda e posterior do lote. Criou-se para os futuros filhos, pequenos espaços que se conectam aos dormitórios por meio do anexo posterior, fazendo do mesmo uma possibilidade de conecta espaços sem enclausurá-los entre paredes.
Texturas de madeira na cobertura, uso do conceito de planta livre nos espaços sociais, concreto aparente, paredes em tijolo à vista, vegetação que recobre as laterais e percursos, texturas de pavimentação, circulações, vistas direcionadas, telas de vidro, luz e luminárias são somente meios que se adaptam e conjugam de maneira arquitetônica para dar vida, experiência e sensação a este LAR.
